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  • neereis + deboratheobald

Esse é Irmão Desse #5: Orgulho e Preconceito

Jane Austen é a inventora do romance. Orgulho e Preconceito é a bíblia do romance. A adaptação cinematográfica de Orgulho e Preconceito, aquela de 2005, do Joe Wright, com a Keira Knightley e o Matthew Macfadyen dando vida a Elizabeth Bennet e Fitzwilliam Darcy, respectivamente, é uma obra de arte e a personificação audiovisual do romance. A Coréia do Sul faz romance como ninguém. As sutilezas, as nuances, as camadas de sentimento entre duas pessoas que descobrem o amor, a construção da rotina, da vivência a dois: tudo é muito bem-feito, estruturado; apaixonante. E quando um universo encontra o outro... *sim, eu não consigo terminar a frase porque eu não consigo dar nomes aos sentimentos sempre que esse combo acontece diante dos meus olhos*. Apenas uma Layana sem sentir as mãos pode nos representar.


Porque, caro leitor, Orgulho e Preconceito é um grande dorama de romance em forma de filme. Nós passamos 2h07 surtando por um casal que troca olhares para matar todo mundo ao tocar as mãos um do outro. Passamos mais de 2h mergulhados no universo de dois protagonistas descobrindo o amor entre todas as camadas de diferenças, medos e vulnerabilidades enquanto o casal secundário se descobre perdidamente apaixonado desde "o dia 1". Nós passamos 2h07 imersos nas nuances e nas delicadezas e nas mães fofoqueiras que só querem que suas filhas se casem. É o plot do CEO e da pobretona, é uma vibe drama histórico, é o protagonista sisudo e a protagonista do sorriso delicado e da franjinha na testa. E existe a jovenzinha que gosta de chamar a atenção e é tida como "maluquinha", e as famílias ricas insuportáveis. E existem cartas e casamentos arranjados e mulheres de 27 anos achando que estão à beira da morte por não terem "a vida estabilizada" e acreditarem que são um fardo para os pais. Não parece um enredo de drama para você?


Olhares marcantes e cheios de sentimentos + tensão sexual reprimida são a força motriz dos dramas coreanos de romance e das histórias da Jane Austen: a combinação perfeita para causar suspiros, estados de Layana e desmaios em quem assiste ou lê. Assim, nasceu essa postagem. E não estamos aqui para falar sobre dramas que têm uma sinopse parecida, como se fosse uma adaptação moderna do filme, porque este "Esse é Irmão Desse" é diferente. É sobre exaltar o amor, o sentimento supremo e soberano, é sobre enaltecer casais apaixonados que protagonizam cenas que fazem nosso coração disparar, é sobre aquele momento em que tudo muda, os pássaros cantam, as luzes se acendem e os pés parecem sair do chão. É sobre momentos de dramas que se assemelham a Orgulho e Preconceito!


  • Our Beloved Summer

O momento da-caminhada-do-protagonista-em-direção-à-amada

Créditos de edição: @yujuxox


Ela sente aquela dor derivada da falta do outro, a vontade de estar com o outro; de querer que o outro esteja ao seu lado. E ele vem. A caminhada dele, o momento dos passos largos e confiantes em direção à amada. E ela congela. Os olhos não escondem a satisfação de vê-lo ali, em frente a si mesma. E as palavras dele são tudo o que ela queria ouvir; precisava ouvir. Porque são palavras dele. Para ela.


O momento i-can't-take-my-eyes-off-of-you

Créditos de edição: @ungyeonsu

"Elizabeth walked in quest of the only face whose features would be known to her. At last it arrested her - and she beheld a striking resemblance to Mr. Darcy, with such a smile over the face as she remembered to have sometimes seen when he looked at her. She stood several minutes before the picture, in earnest contemplation."
Elizabeth procurou neles, apenas, os traços que conhecia. Afinal, um desses retratos lhe despertou a atenção. Era de uma pessoa cujo rosto se parecia notavelmente com o de Mr. Darcy e tinha um sorriso que já se lembrava de ter visto também no seu rosto, quando ele a contemplava. Deteve-se durante vários minutos diante do retrato, olhando-o fixamente.

Magnetismo. Contemplação. Aquele momento em que desviar os olhos é impossível, tamanha atração. A respiração suspensa, o olhar fixo, os batimentos cardíacos acelerados: é amor. E mesmo na ausência física dele, a presença física dele. Ele. Ela. Eles.


  • Extraordinary Attorney Woo

O momento eu-te-amo-e-vou-gritar-pra-todo-mundo-ouvir

"(...) he came towards her in an agitated manner, and thus began, "In vain have I struggled. It will not do. My feelings will not be repressed. You must allow me to tell you how ardently I admire and love you."
(...) ele aproximou-se agitado, e disse: "Em vão tenho lutado comigo mesmo; nada consegui. Meus sentimentos não podem ser reprimidos e preciso que me permita dizer-lhe que eu a admiro e amo ardentemente."

Ele respira fundo, engole em seco, a agonia se transforma em coragem. Os ombros estão baixos, como se, finalmente, todo o peso do mundo saísse de suas costas. Ali, ele percebe que não pode mais disfarçar ou fugir ou negar para si mesmo: é amor. Os olhos, ávidos por aceitação, derretem sentimentos em forma de oração. E ele confessa. E todo o resto é desimportante.

O momento i-don't-know-what-to-do-with-myself

Talvez a cena mais clássica do Mr. Darcy (obrigada por isso, Matthew!). A famosa mão contraindo. E daí o Junho, o homem que a Jane Austen não escreveu, mas que poderia ter escrito, contraindo a mandíbula num reflexo bastante similar. Em dois segundos de cena, sem precisar ver o rosto do Darcy, com olhos fixos no rosto do Junho, a agonia, a ansiedade, o desejo reprimido, a necessidade de dar voz ao que sente; de transformar em ação aquilo que imagina. É tanta coisa que apenas um "AAAAAAAAH" resume. Nas palavras da Sandy: É o grito mudo de amor.


O momento em-que-o-passo-está-no-compasso-do-coração

“To be fond of dancing was a certain step towards falling in love.”
"Gostar de dança era o primeiro passo para se apaixonar."

(...) e se acalentavam esperanças muito vívidas pelo coração...", continuo com palavras da própria Jane. Os olhos costurados por fios invisíveis do amor, os pés em sincronia, dois corações girando na órbita um do outro enquanto o resto do mundo desaparece...


  • Business Proposal

O momento perfeito-da-Darcyficação-do-Taemoo

"That the wish of giving happiness to you might add force to the other inducements which led me on, I shall not attempt to deny. But your family owe me nothing. Much as I respect them, I believe I thought only of you.''
"Não nego que o desejo de lhe causar prazer tenha contribuído também para o que fiz. Mas a sua família não me deve nada. Respeito-a muito, mas creio que foi só em você que pensei."

"Foi tudo por você (...) eu desejo não me separar de você nunca mais a partir desse dia," confessou o protagonista: do filme, do drama. A esperança da retribuição do sentimento que o consome, queimando como fogo que o leva adiante. A agonia de uma última confissão, uma última tentativa em fazer a amada sentir o amor que o alimenta dia e noite e olhá-lo de volta com a mesma carga de afeto, carinho e necessidade de felicidade no olhar.


  • Hometown Cha-Cha-Cha

O momento das-primeiras-impressões

"His character was decided. He was the proudest, most disagreeable man in the world, and everybody hoped that he would never come there again. (...) "Come, Darcy," said he, "You had much better dance." "I certainly shall not. You know how I detest it, unless I am particularly acquainted with my partner. (...) and there is not another woman in the room whom it would not be a punishment to me to stand up with."
"Seu caráter estava fixado. Era o homem mais orgulhoso, mais desagradável do mundo. E todos pediram a Deus que ele nunca mais voltasse. (...) "Venha, Darcy", disse ele, "você precisa dançar". "Por coisa alguma deste mundo; bem sabe como eu detesto dançar, a não ser conhecendo intimamente o meu par. (...) e não existe outra mulher na sala com quem eu dançaria sem sacrifício."

A primeira impressão é a que fica, diz o ditado popular. Mas graças a Deus a vida é uma sucessão de primeiras vezes, do contrário, Lizzie e Hyejin não seriam mulheres tão felizes ao lado de Darcy e Dusik. Quando HomeCha estreou, me lembro da Debora falando toda semana que era uma adaptação moderna de O&P com a inversão de papeis em algumas questões e isso não poderia estar mais certo! Os sorrisos da mocinha congelam diante da frieza do comportamento do mocinho. A partir daí, o jogo de conceitos e pré-julgamentos sobre orgulhos demais, preconceitos demais; o desafeto que vai virando rotina e a rotina que vai criando afeto. Afeto que derruba muros e retira a venda dos olhos; afeto que vira amor.


O momento em-que-ele-desenha-uma-linha-e-o-peixe-morre-pela-boca

"But there is one of her sisters sitting down just behind you, who is very pretty, and I dare say very agreeable. Do let me ask my partner to introduce you." "Which do you mean?" and turning round he looked for a moment at Elizabeth, till catching her eye, he withdrew his own and coldly said: "She is tolerable, but not handsome enough to tempt me."
"Mas bem atrás de você está uma das suas irmãs, que é muito bonita e agradável. Deixe-me pedir ao meu par que o apresente a ela?" "Qual?", perguntou ele, voltando-se e detendo um momento a vista em Elizabeth até que, encontrando os seus olhos, desviou os seus e disse, friamente: "É tolerável, mas não tem beleza suficiente para tentar-me."

Morreram pela boca, Mr. Darcy e Mr. Hong. Um ataque soberbo à aparência das mulheres que, no futuro, se tornariam seus sóis, suas estrelas em uma noite escura e que ofuscariam as dores, as inseguranças e as convicções, graças a belos olhos castanhos em um belo rosto, e a sorrisos que se transformam em covinhas que dizem "aqui você encontrará felicidade".


O momento orgulho-e-preconceito-ao-pé-da-letra

"I could easily forgive his pride, if he had not mortified mine."
"E eu perdoaria facilmente o seu orgulho se Mr. Darcy não tivesse mortificado o meu."

Pego minhas palavras da postagem "Cinco motivos para assistir a HomeCha" emprestadas neste momento para descrever Dusik e Hyejin novamente: Ela esbanja orgulho ao se achar superior aos moradores da ilha e suas relações. Ele, esbanja preconceito ao assumir que ela é apenas uma rica mimada que nunca precisou enfrentar dificuldades. Pré-conceito seguido de orgulho ferido seguido de teimosia seguido de implicância ferrenha seguido de agora-talvez-seja-tarde-demais-para-recuar, Darcy, Lizzie, Dusik e Hyejin vão adiante. Adiante em um caminho que, felizmente, eles se encontram, se descobrem, se compreendem, se veem mais parecidos do que pensavam, se aproximam, se atraem, se tornam a pessoa favorita um do outro. Se amam.


O momento das-mãos-ofertadas

"Elizabeth had been at Netherfield long enough. She attracted him more than he liked."
"Elizabeth já se demorara bastante em Netherfield. Ela o atraía mais do ele que desejava."

Graças a Deus por Layana Izabel em nossas vidas e o seu "eu não sinto minhas mãos". Nem nós por causa deles, nem eles por causa delas. Mãos que servem para um convite, uma ajuda, uma ponte — entre dois seres tão grandes por dentro, com tanto sentir —, um apoio — literal e platônico —, uma porta para um toque que tem linha direta com uma pequena parte do cérebro, que já é enorme no coração, que descarrega um arrepio e uma dor física e gera um único e revelador pensamento: "Oh".


  • Vincenzo

O momento em que meus-sentimentos-vão-explodir-mas-preciso-fingir-que-tô-nem-aí

Lados opostos. Olhares roubados. Campos magnéticos. Lei da atração. É Djavan cantando Se, com ênfase naquela parte do "mas você disfarça", mas como ele também canta, "quer saber? Quando é assim, deixa vir do coração..." porque o coração sabe; ele sempre sabe.

  • Oh My Venus (PS.: esta é uma contribuição muito especial da nossa amada leitora Suzi! Surpresa!!)

O momento em-que-a-chuva-lava-a-alma-lava-os-medos-e-anuncia-o-futuro

A cena é a seguinte: Ela está sem reação. Começa a chover, ela está parada na porta do Café fechado, com um copo de café doce pra cacete na mão, debaixo de um pequeno toldo. Aí mostra ele pensando no que ela falou, saindo do carro com um guarda-chuva, para ficar ao lado dela. E essa cena é igual a uma de Orgulho e Preconceito, que é a cena da chuva, da tensão sexual entre os dois quando ele se declara e ela vomita toda a raiva que sentia ali. Aquela cena que eu posso ver 500x vez, milhões de vezes, seja na minha cabeça, seja na televisão (porque eu sou incorrigível, né?). Mas voltando pro casal: ele vê a bochecha dela, o encanto daquela covinha que é um negócio de doido mesmo e ele coloca a mão no rosto dela, e ela se sente meio invadida, meio incomodada porque a) ela aparece sempre como a pessoa que ele precisa salvar; b) ela já estava sentindo aquela coisa toda porque com um homem maravilhoso daqueles não dava pra não sentir, né? E daí ela afasta a mão dele e ele fala "você precisa perceber que quando um homem faz isso é porque ele está interessado em você" porque, na cabeça dela, ele está além dela, aquelas coisas de classe... aí ele vai e beija ela e aí... *suspiros* Essa sensação é tudo o que a vida precisa pra gente ser feliz!

 

Os doramas estão repletos do "efeito Darcy", também conhecido como protagonistas riquíssimos, belíssimos, emocionalmente travados e que agem de forma sisuda, mas que parecem aquele ursinho que a gente aperta a barriga e eles respondem "i love you". Protagonistas que vestem uma armadura fria ou distante por causa dos traumas e dores do passado, mas guardam a maior das lealdades e o mais belo dos amores para aquela pessoa. E não digo apenas sobre o Darcy porque, para cada Kim, Park, Lee ou Kang, há também um Charles Bingley, um George Knightley, como em Emma, ou um Coronel Brandon, como em Razão e Sensibilidade.


Nossas protagonistas, assim como as heroínas de Austen, não estão muito bem financeiramente, na maioria dos casos. E nos dramas há aquelas que não são pobres, apenas, mas que se mudam por causa de agiotas (oi, Suzy!) ou vivem colecionando ordem de despejo. Mas elas também têm aquela coisinha que desperta os olhares daquele homem (ou de todos os homens? Estou falando com você, Mudeok de Alchemy of Souls!) e é aí que a química acontece! Entre projetos de Lady Catherine de Bourgh e mães, tias, irmãs e primas intrometidas ao extremo, nosso casalzinho encontra o seu felizes para sempre. Obrigada, Austen! Obrigada, Coréia!


E você, tem o seu momento Orgulho e Preconceito em dramas coreanos preferido? Conta pra gente!

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