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  • neereis

Hit the Spot: literalmente, eles acertaram o ponto!


E se eu disser que um drama +18 se tornou um healing drama?


Hit The Spot (Viki), também chamado por Fanta G Spot/Fantasy Spot é um drama de 08 episódios curtinhos (entre 30 e 35 minutos) que eu não sabia que precisava até assistir. Quando vi o trailer e a classificação +18, disse que passaria longe... mas ainda bem que mudei de ideia após ver um vídeo curtinho (mas igualmente excelente!) sobre as protagonistas e é por isso que este texto existe.


Antes de mais nada, precisamos falar sobre ele: o cartão de visitas do drama. A cena de abertura é um tanto quanto... chocante, por assim dizer. E felizmente o drama não é dessa forma na maior parte dos seus episódios porque, ao avançar na história, tudo o que ganhamos é uma belíssima história sobre amizade feminina, autodescoberta, empoderamento sexual feminino e, principalmente, romance. E que romance!! O casal secundário deu alguns dos beijos mais lindos que já vi na tela (infelizmente, não achei gifs)! A química dos atores, dos casais, me deixava sorrindo para as paredes e com a sensação de que eu estava me apaixonando junto com eles. Doido, né? Também achei. Mas não estou reclamando!

E o enredo era bem simples: duas mulheres adultas, na casa dos 30 anos, que são melhores amigas, trabalham juntas na Play Books (uma fornecedora de produtos centrados em sexo e romance) e comandam um podcast sobre a sexualidade feminina. Como cada episódio era, metalinguisticamente, um episódio do podcast de mesmo nome do drama, a história apresentada pela "ouvinte" ditava o tom da trama, que costurava um texto ótimo, necessário e muito responsável às vivências do quarteto protagonista. E acompanhar essas duas mulheres enquanto elas descobriam algo novo sobre si mesmas e se apaixonavam por pessoas com quem podiam compartilhar seu verdadeiro eu sem se sentirem constrangidas ou envergonhadas por serem como/quem são foi um verdadeiro presente!


Heejae (Hani) está num relacionamento unilateral há 05 anos e não é preciso ter vivido algo parecido para ter empatia por ela ou querer dar-lhe um abraço porque a dor que ela sente é latente. Mina (Bae Woohee) está enterrando seus traumas românticos em sexo casual com múltiplos parceiros e o ato de ela ser uma embaixadora da liberdade sexual é ao mesmo tempo triste, pelo fato disso encobrir suas cicatrizes, mas também maravilhoso porque mostra a segurança e a positividade com que ela age nesse sentido. Quanto aos homens... *grande suspiro* sem red flags por aqui, graças a Deus!

"Eu tive de dizer adeus a ele e então dizer adeus ao meu velho eu, quem costumava estar apaixonado por ele."


Sendo mulher, posso afirmar que a história é completamente relacionável e muitas pessoas podem se ver nas entrelinhas em algumas das situações ilustradas: desde as frustrações da Heejae sobre seu namorado às tentativas de gaslight dele para que ela acreditasse que a insatisfação sexual era culpa puramente dela; a (divertida!) busca da protagonista por um orgasmo; a espera paciente do protagonista pelo amor verdadeiro; o medo de relacionamento; o fato de nunca ter estado num relacionamento; a naturalização do sexo casual ou do desejo de não estar num relacionamento. E eu penso que tudo isso só foi possível porque é uma história centrada, estrelada e dirigida por mulheres.


E esse, para mim, foi o maior acerto. O drama não ataca os homens, como também não envergonha as mulheres porque, graças a Deus, ali não existem tabus; sim, diálogo (sobre tudo). O texto aborda a sexualidade nos relacionamentos de forma direta e aberta e, à gente, são mostrados os dois lados do sentir e do querer. E aqui quero dedicar um momento para falar sobre o maravilhoso "female gaze". As cenas proporcionam momento completamente intoxicantes!! A última cena do episódio 04 é uma obra de arte porque não era uma cena de sexo, era um manifesto sobre intimidade que muda vidas (literalmente, você vai entender quando assistir!) Tudo é pensado pelo ponto de vista da mulher e visto pelos olhos dela, algo (ainda) tão negligenciado nas produções cinematográficas (uma pena).

Quanto à evolução das personagens, eu não poderia estar mais satisfeita! A relação entre Heejae e Inchan (Park Sunho) é um primor: quando ela diz que se sente confortável ao lado dele, mais do que a liberdade de ser desajeitada ou tagarela, ela quis celebrar a profundidade da intimidade que, diariamente, adquiria ao lado dele; da segurança em si mesma que ganhava porque, junto a ele, havia compreensão e estabilidade. E foi lindo perceber como o relacionamento deles foi se desenrolando enquanto ele se apaixonava por ela; enquanto ela se percebia alguém sozinha até estar pronta para ser par dele.


Mas preciso dizer que meu casal preferido é aquele formado pela Mina e o Woojae (Choi Kwangrok) porque QUANTAS CAMADAS! Como não amar um casal que começou com uma batida no trânsito, passou por um contrato para sexo casual e uma cirurgia de hemorroidas e agora consiste em troca de emoji apaixonado e muita boiolice? O passado doloroso dela trouxe traumas que a fazem rejeitar intimidade; que a fazem preferir morrer a abrir o coração novamente. Para ele, relacionamentos são natimortos e, portanto, é melhor não os ter. E a relação deles mostra que, por vezes, a equação entre sexo e amor é um equilíbrio bastante confuso porque a balança sempre pende para aquilo que é eleito como prioridade. Eu ainda não consigo superar a devoção que ele, a cada capítulo, demonstra ter por ela, ainda que sem perceber (principalmente porque não percebe). Todo o pano de fundo sobre eles se apaixonando um pelo outro é, verdadeiramente, apaixonante (e eu saí namorando o namoro dos dois!).

"Oral é uma obrigação pra mim. / Pra mim, é anal."


Não posso deixar de falar o quanto o drama, também, é engraçado! Me peguei gargalhando em muitos momentos, mas o ápice da comédia para mim foi quando a Mina foi fazer a cirurgia de hemorroidas e acabou descobrindo que seu cirurgião era ninguém menos que o flerte em potencial e futuro namorado: imaginar a cara dela nesse momento ainda me faz rir! Preciso dizer, por fim, que nunca imaginei assistir a um drama que mencionasse sexo anal de forma tão... natural. Acho que o texto é tão fluido que não traz vergonha, sabe? E penso que essa é a confirmação da proposta do drama: discutir relacionamentos e sexualidade como algo natural e positivo.


Com diálogos realistas, ótimas atuações, beijos lindos, OST gostosa (TOCA HOPPIPOLLA!! PELO AMOR DE DEUS, SABE!!) e situações relacionáveis, Hit the Spot é um drama divertido de acompanhar e que deixa com gostinho de mais. O final é redondinho e deixou uma questão no ar: será que virão novos episódios? Se sim, eu estarei na primeira fila!


PS.: antes de finalizar, um recadinho das divas

"Compre um brinquedinho pra você, isso é o capitalismo no seu melhor."

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